sábado, 25 de dezembro de 2010

Camões, um Poeta Genial

Luís Vaz de Camões (Lisboa 1524 - Lisboa, 10 de junho de 1580) foi um célebre poeta de Portugal, considerado uma das maiores figuras da literatura em língua portuguesa e um dos grandes poetas do Ocidente.
Pouco se sabe com certeza sobre a sua vida. Aparentemente nasceu em Lisboa, de uma família da pequena nobreza. Sobre a sua infância tudo é conjetura mas, ainda jovem, terá recebido uma sólida educação nos moldes clássicos, dominando o latim e conhecendo a literatura e a história antigas e modernas. Pode ter estudado na Universidade de Coimbra, mas a sua passagem pela escola não é documentada. Frequentou a corte de Dom João III, iniciou a sua carreira como poeta lírico e envolveu-se, como narra a tradição, em amores com damas da nobreza e possivelmente plebeias, além de levar uma vida boémia e turbulenta. Diz-se que, por conta de um amor frustrado, se autoexilou em África, alistado como militar, onde perdeu um olho em batalha. Voltando a Portugal, feriu um servo do Paço e foi preso. Perdoado, partiu para o Oriente. Passando lá vários anos, enfrentou uma série de adversidades, foi preso várias vezes, combateu bravamente ao lado das forças portuguesas e escreveu a sua obra mais conhecida, a epopeia nacionalista Os Lusíadas. De volta à pátria, publicou Os Lusíadas e recebeu uma pequena pensão do rei Dom Sebastião pelos serviços prestados à Coroa, mas nos seus anos finais parece ter enfrentado dificuldades para se manter.
Logo após a sua morte a sua obra lírica foi reunida na coletânea Rimas, tendo deixado também três obras de teatro cómico. Enquanto viveu queixou-se várias vezes de alegadas injustiças que sofrera, e da escassa atenção que a sua obra recebia, mas pouco depois de falecer a sua poesia começou a ser reconhecida como valiosa e de alto padrão estético por vários nomes importantes da literatura europeia, ganhando prestígio sempre crescente entre o público e os conhecedores e influenciando gerações de poetas em vários países. Camões foi um renovador da língua portuguesa e fixou-lhe um duradouro cânone; tornou-se um dos mais fortes símbolos de identidade da sua pátria e é uma referência para toda a comunidade lusófona internacional. Hoje a sua fama está solidamente estabelecida e é considerado um dos grandes vultos literários da tradição ocidental, sendo traduzido para várias línguas e tornando-se objeto de uma vasta quantidade de estudos críticos.

terça-feira, 30 de novembro de 2010

Alguns dos seus poemas...

o Amor é fogo que arde sem se ver
o Verdes são os campos
o Transforma-se o amador na cousa amada
o Se tanta pena tenho merecida
o Busque Amor novas artes, novo engenho
o Enquanto quis Fortuna que tivesse
o Tomou-me vossa vista soberana
o Quem pode livre ser, gentil Senhora
o O fogo que na branda cera ardia
o Tanto de meu estado me acho incerto
o Alma minha gentil, que te partiste
o Quando de minhas mágoas a comprida
o Ah! minha Dinamene! Assim deixaste
o Endechas a Bárbara escrava
o Descalça vai pera a fonte
o Perdigão perdeu a pena
o Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades
o No mundo quis o Tempo que se achasse
o Quando me quer enganar
o Amor, que o gesto humano na alma escreve
o Quem presumir, Senhora, de louvar-vos
o Posto me tem Fortuna em tal estado
o Ao desconcerto do Mundo
o Eu cantarei de amor tão docemente
o Que me quereis, perpétuas saudades?
o Se as penas com que Amor tão mal me trata
o Se me vem tanta glória só de olhar-te
o Quem vê, Senhora, claro e manifesto
o O dia em que nasci moura e pereça
o Julga-me a gente toda por perdido
o Vencido está de amor
o Senhora minha, se de pura inveja
o O cisne, quando sente ser chegada
o Se pena por amar-vos se merece
o Sempre a Razão vencida foi de Amor
o Coitado! que em um tempo choro e rio
o Lembranças, que lembrais meu bem passado
o Nunca em amor danou o atrevimento
o Erros meus, má fortuna, amor ardente
o Qual tem a borboleta por costume
o O tempo acaba o ano, o mês e a hora
o Quem diz que Amor é falso ou enganoso
o De quantas graças tinha, a Natureza
o Ditoso seja aquele que somente
o Se só no ver puramente
o Onde acharei lugar tão apartado